De vez em quando, tenho contado alguns fatos curiosos, engraçados ou importantes da história do Flamengo.
Todos tirados do livro "100 anos de bola, raça e paixão", que escrevi com os companheiros Celso Júnior e Arturo Vaz.
Esta aconteceu em 1920...
Tua glória é lutar.
Mais uma pedreira pela frente. O Fla recebeu o Botafogo, na Rua Paysandu. Foi
um jogo emocionante no primeiro tempo. Aos 35 minutos, Petiot abriu o placar
para o Alvinegro. A partir daí o time da casa se transformou numa avalanche.
Geraldo empatou, aos 42 minutos e os jogadores foram para o vestiário com a
adrenalina lá em cima. Com apenas um minuto do segundo tempo, Junqueira virou o
placar para 2 x 1. Foi o suficiente. Por mais que os botafoguenses tentassem,
nada mais conseguiram.
Para
fechar o segundo turno, o time ainda ganhou do Andarahy (2 x 1) e do Bangu (2 x
0).
Na
abertura do segundo turno, em 1º de agosto, o Flamengo tropeçou diante do Vila
Isabel, ao empatar em 1 x 1. Não era a hora de dar mole. Uma semana depois, o
Fluminense ganhava do América, por 3 x 2 e se igualava ao Fla na liderança.
Tal
bobeira não podia acontecer novamente. Em ritmo acelerado a rapaziada ia
passando por cima dos adversários. Os rubro-negros ganharam do Botafogo, em
General Severiano, por 3 x 1. Depois derrotaram o São Cristóvão (4 x 1) e o
Mangueira (2 x 1).
Enquanto
isso, o Fluminense, que brigava pelo tetra, perdia pontos irrecuperáveis. Na grande zebra do certame, o
time das Laranjeiras foi humilhado, no campo do Jardim Zoológico, pelo Vila
Isabel, que venceu por 3 x 0. Isso foi em 31 de outubro. Uma semana depois,
nova derrota, desta vez para o Botafogo, por 2 x 1. Estes resultados
facilitaram demais o caminho do time vermelho e preto.
No
jogo do dia 14 de novembro, contra o Palmeiras, no estádio da Rua Paysandu, o Fla
comemorava seus 25 anos de fundação. O jogo terminou 1 x 1, mas como o Flu
havia perdido duas seguidas, o mau resultado não influenciaria. O que marcou
mesmo esta partida foi que, pela primeira vez, foi executado o hino oficial do
Flamengo, uma composição de Paulo Magalhães, ex-goleiro do clube, em 1918 e
1919. “Flamengo, Flamengo, tua glória é lutar. Flamengo, Flamengo, campeão de
terra e mar”. Não só no remo e no futebol, o Flamengo começava a conquistar
taças no halterofilismo, basquete e atletismo. Ganhar títulos passou a ser um ótimo
vício rubro-negro.
A turma do Flamengo não poderia mais dar
mole. Era hora de concentração, de focar na conquista do terceiro título
carioca. Vieram então as vitórias sobre o Bangu (3 x 2), Andarahy (2 x 1) e o
empate sem gols com o América.
Quando
entrou no gramado do Estádio das Laranjeiras, no dia 19 de dezembro, para
enfrentar o Fluminense, o Flamengo já era o campeão carioca de 1920. Tratava-se apenas de
cumprir a tabela e, principalmente, de buscar mais um título invicto. As
arquibancadas lotadas demonstravam o clima tenso deste encontro.
Mas
o pessoal do Fluminense estava “mordido”. Eles perderam a chance do
tetracampeonato e queriam impedir o Fla de levar a taça sem derrotas. Foi jogo
duro. Aos 16 minutos, 1 x 0 Flu, gol de Zezé. Candiota conseguiu empatar aos
31. Logo aos 4 minutos do segundo tempo, Welfare colocou o Tricolor na frente
de novo. Os atletas flamenguistas eram experientes e não se abalaram. Sabiam
que ainda tinham muito tempo pela frente e o jogo estava bem parelho. Nenhum
dos times estava melhor que o outro. Aos 15 minutos, Valdemar arranca da
ponta-direita em direção à área adversária e chuta cruzado, sem a menor chance
de defesa para o goleiro Gerdal. Era o gol de empate e o resultado de 2 x 2
garantia mais uma conquista invicta, com 13 vitórias e 5 empates.
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