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domingo, 11 de agosto de 2013

PALPITE INFELIZ

"Quem é você que não sabe o que diz?"

Se Noel Rosa estivesse vivo, com certeza diria isso a Luiz Eduardo Baptista, o Bap, como gosta de ser chamado o vice de marketing do Flamengo.

Em entrevista publicada neste domingo, no jornal O Globo, a cúpula do Flamengo, formada por Bap, o presidente Eduardo Bandeira de Mello e os vices Wallim Vasconcelos, de futebol, e Rodrigo Tostes, de finanças, defendeu seus pontos de vista com relação à atual forma de administrar o clube.

Eu concordo com algumas coisas e não com outras. Outra pessoa concordaria com tudo. Uma terceira talvez não concordasse com nada.

Mas isso é assim mesmo. Não existe unanimidade em qualquer assunto. As diferenças são saudáveis e democráticas.

Bap não quer baixar os
preços dos ingressos no Maraca
Em determinado ponto da entrevista, porém, Bap defendeu com unhas e dentes os atuais preços dos ingressos praticados nos jogos do Flamengo.

Diante da insistência do repórter, de que poderia haver uma cota de ingressos populares, para que o povão pudesse ir ao estádio, Bap respondeu: "O Flamengo vai viver dos pobres, jogar um futebol pobre e ser um time pobre, porque o negócio futebol mudou".

Realmente, Bap, o futebol mudou, os salários são maiores, os custos são maiores, mas alguma fórmula precisa ser achada para que o povão não seja alijado do Maracanã.

O Flamengo cresceu e tem a torcida enorme que tem graças, exatamente, à proximidade com os pobres, que você parece querer afastar dos estádios.

Você, aparentemente, não conhece a história do Flamengo, de como e porque ele é tão próximo do povão, desde os seus primórdios.

A torcida, formada por pobres, remediados e ricos, é a torcida do Flamengo.

Claro que eu entendi o que o Bap quis dizer. É quase uma fórmula matemática.

É preciso gerar dinheiro para o clube.

Mas, mesmo assim, não se pode discriminar os torcedores.

E tem outra coisa: o Flamengo de hoje não joga um futebol pobre? Não é um clube pobre, pelo menos momentaneamente, já que tem uma dívida astronômica?

O time do Flamengo não rende em campo, insistem em manter esse Carlos Eduardo no elenco e temo corrermos o risco de um rebaixamento.

Além do mais, um monte de jogadores é emprestado. E quando acabar o empréstimo do Elias, por exemplo? É a grande figura do time.

O Wallim, vice de futebol falou sobre o que vai fazer para tentar segurar o Elias: "Vamos montar uma operação, eventualmente com a torcida".

Como sempre, tem que ser com a torcida, quando interessa. Só que os pobres, com certeza, serão chamados a colaborar.

É igual político, que só sobe o morro em campanha.

O Flamengo, repito, é do povão e não de engravatados que agem como se fossem o Justo Veríssimo, aquele personagem do genial Chico Anísio, que detestava pobres.

O Flamengo só é o Flamengo porque nunca discriminou, sempre aglutinou.

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